Entenda
como identificar a disfunção e conheça os tratamentos que gerenciam os sintomas
e melhoram a qualidade de vida
Com
a chegada do outono, pessoas com hipersensibilidade costumam sofrer mais pela
necessidade do uso de roupas e cobertores mais pesados para driblar os dias
frios. A sensibilidade sensorial aumentada, também chamada de
hipersensibilidade sensorial, é o termo usado para descrever como os sentidos
percebem e reagem a estímulos sensoriais do ambiente externo. “A disfunção
refere-se a uma condição na qual uma pessoa experimenta uma resposta sensorial
exagerada a estímulos táteis comuns”, explica Flavia Maoski Abage, pedagoga e
proprietária da Terapia A_Mi, clínica interdisciplinar de Curitiba. “A
sensibilidade varia em intensidade de pessoa para pessoa e pode estar associada
a condições como transtorno do espectro autista (TEA), transtorno de
processamento sensorial (TPS) ou transtorno de ansiedade”.
Diagnóstico
Apesar
de ser mais comum em pessoas atípicas, qualquer pessoa pode apresentar
hipersensibilidade ao toque. Além do desconforto com roupas, há outras maneiras
de identificar a disfunção como:
- Reações exageradas: quando a pessoa reage de forma exagerada a toques
leves ou sensações táteis leves, como ser tocada suavemente ou sentir a
textura de certos materiais;
- Evitação de toque: Indivíduos com hipersensibilidade tátil podem evitar
situações em que possam ser tocados, como abraços ou apertos de mão,
devido à sua sensibilidade aumentada;
- Respostas emocionais: Podem apresentar respostas emocionais intensas, como
irritabilidade, ansiedade ou mesmo raiva, em resposta a estímulos táteis
que outros consideram normais ou não perturbadores.
- Busca por isolamento: Pessoas com hipersensibilidade tátil podem buscar o
isolamento social para evitar estímulos táteis desconfortáveis, o que pode
afetar suas interações sociais e qualidade de vida.
- Sensibilidade a estímulos sensoriais adicionais: Além da sensibilidade ao toque, eles podem ser
sensíveis a outros estímulos sensoriais, como luzes brilhantes, sons altos
ou cheiros fortes.
Tratamento
Fazer
ajustes no ambiente e no estilo de vida pode ajudar (e muito!) a reduzir a
sensibilidade sensorial. E, apesar de não ter cura, a hipersensibilidade tem
tratamento. “Com acompanhamento e orientação é possível ´ensinar´ como conviver
com essa condição, gerenciando os sintomas que podem atrapalhar muito o
cotidiano de quem sofre com a condição”, explica Flávia.
Além
de diagnosticar e orientar pacientes e seus familiares, a Terapia A_Mi oferece
algumas terapias que geram bons resultados e melhoram significativamente a
qualidade de vida das pessoas com hipersensibilidade:
Terapia ocupacional: ajuda a desenvolver estratégias para
lidar com a sensibilidade sensorial no dia a dia, incluindo técnicas de
regulação sensorial e adaptações ambientais para reduzir estímulos indesejados.
Terapia cognitivo-comportamental: ensina a lidar com a
ansiedade e o estresse associados à sensibilidade sensorial, podendo incluir
técnicas de relaxamento, como respiração profunda e meditação.
Treinamento de integração sensorial: frequentemente usada
em crianças com sensibilidade sensorial, envolve atividades projetadas para
ajudar a integrar e modular as informações sensoriais de forma mais eficaz.
Flavia
Maoski explica que há casos ainda onde medicamentos podem ser prescritos para
ajudar a controlar os sintomas. “É importante que a pessoa com sensibilidade
consulte um profissional de saúde, como um terapeuta ocupacional ou um médico
especializado em transtornos sensoriais, para identificar o melhor tratamento
para cada caso. A abordagem de cada paciente depende de fatores como idade,
gravidade dos sintomas e outras condições médicas de cada indivíduo”.
Além
da hipersensibilidade tátil, existem outros tipos de hipersensibilidade como a
olfativa, a gustativa, a auditiva e a visual, e há também a hiposensibilidade,
que é a diminuição da percepção sensorial. Quem tem sensibilidade sensorial
pode apresentar sintomas com diversos graus de intensidade, por isso é
importante procurar ajuda e identificar os sintomas. Com tratamento controlar e
evitar o agravamento dessa condição, que pode levar ao isolamento social,
crises de ansiedade e depressão.
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